A regressão é um processo de formação de palavras que se caracteriza por gerar substantivos deverbais (ou seja: substantivos abstratos formados a partir de verbos) por meio da retirada de fonemas finais da palavra primitiva.
Embora alguns autores incluam a regressão entre os processos de derivação, essa atitude pode ser questionada em razão do fato de a derivação se caracterizar pelo acréscimo de um afixo, o que não ocorre nas formações regressivas.
Assim, ao contrário do que ocorre nas derivações – em que há uma “progressão”, um aumento na palavra primitiva (observar > observação; magro > magreza; leal > desleal) -, nas regressões ocorre a diminuição da palavra primitiva (que é o verbo), resultando em um substantivo abstrato (cortar > corte; voltar > volta; ensinar > ensino).
É importante saber que substantivos concretos não são formações regressivas! Então “apito” (substantivo concreto) é a palavra primitiva e “apitar” é que será o verbo dela derivado!!!
Vou aqui usar uma tabelinha muito didática que está no livro Morfologia, do meu queridíssimo professor Claudio Cezar Henriques (p. 66)
primitivo | verbo derivado | substantivo deverbal regressivo |
apito (concreto) | apitar | apito (abstrato = ato ou efeito de apitar) |
perfume (concreto) | perfumar | perfume (abstrato) |
A abreviação (também chamada de braquissemia), embora também envolva a redução da palavra primitiva, não deve se confundir com a regressão, uma vez que ela (a abreviação) não obedecerá ao percurso paradigmático da regressão, o qual consiste, como vimos acima, em uma base verbal que resulta em um substantivo abstrato (deverbal).
Na abreviação, o que temos é, como explica o professor Cláudio Cézar Henriques (op. cit., p. 67), “a redução de um vocábulo geralmente longo, por comodidade expressiva.”. É abreviação, por exemplo, o que ocorre em: Flamengo > Fla; flagrante > flagra; Macacanã > Maraca; fotografia > foto; português > portuga. Note que, nesse último caso, há uma “acomodação fonética”, por isso aparece na formação abreviada o “a” (portuga), que não está na palavra original (português).
Para saber mais sobre formação de palavras, acesse o artigo “A FLEXÃO DO INFINITIVO“.
Fique agora com o nosso vídeo sobre o tema:
Por hoje, é só!
Um beijo e até a próxima!
Prof.ª Dr.ª Patrícia Corado
Rogerio Carneiro Campello
Postado 13:14h, 25 junhoOi, professora. Não sei qual o problema com a palavra “derivação”. Só se encompridar? Se uma palavra deriva de outra, importa se o resultado é mais comprido ou mais curto? Aqui, me desculpe, mas fico no time dos outros autores. Abs.
Língua Minha
Postado 14:54h, 28 junhoAcho que é uma questão conceitual. Mas não há problemas. Cada um usa a terminologia que preferir.