GÊNERO NEUTRO

GÊNERO NEUTRO

 

Para falar sobre o gênero neutro, iniciaremos nossa jornada dissertando sobre o latim, pois, na sua variante clássica, os substantivos poderiam classificar-se em masculinos, femininos e neutros. Tal classificação tinha sua ascendência no indo-europeu, língua que deu origem a um tronco de famílias linguísticas da qual faz parte o latim.

 

É fundamental salientar que em latim, tal qual se pode supor em indo-europeu, o gênero das palavras se classificava em função da sua semântica, isto é, do seu gênero natural. Dessa maneira, constituiu-se, na língua latina, a seguinte oposição entre os gêneros: de um lado, os animados, os quais se dividiam em masculino e feminino, e, de outro, os inanimados, que abarcavam os neutros.

 

Essa distinção semântica, que, segundo estudiosos, já não era tão clara em sua língua de origem – o indo-europeu -, tornou-se mais confusa em latim, pois a língua latina herdou de sua língua-mãe uma dada quantidade de palavras cujo gênero era duvidoso, tais quais: caseus, caseum (queijo); collus, collum (pescoço); uterus, uterum (útero), ou seja, tais termos se apresentavam no masculino, com terminação “us”, bem como no neutro, com terminação “um”.

 

Outro ponto que colaborava com a confusão oriunda da segmentação semântica dos gêneros é o fato de essa distribuição não corresponder às noções reais, porquanto, segundo Coutinho (1976), gramaticalmente, os objetos, as coisas também podiam ser considerados masculinos e femininos: para designar, em latim, um curso de água mais ou menos caudaloso, existiam, conforme Illari (2002), três palavras: amnis, fluuis e flumen, respectivamente feminina, masculina e neutra. Tratando-se de nome designativo de “uma coisa”, deveria haver apenas a palavra neutra “flumen”. Porém, não é o que ocorre.

 

Assim, o apagamento do neutro teve sua lógica, uma vez que oposição animado x inanimado para a definição dos gêneros não era satisfatória, sobretudo por essa oposição semântica “esbarrar” com as formas gramaticais femininas e masculinas, como acima. Diante de tais problemáticas, deu-se progressivamente a substituição do gênero natural, semântico, pelo gênero gramatical. Nesse sentido, podemos verificar que foi o processo de esvaziamento semântico do gênero que se consolidou no latim vulgar, vigorando o gênero gramatical das palavras em detrimento do gênero pela significação.

 

Dessa maneira, como o tema “u” da maioria das palavras neutras e das palavras masculinas coincidia, os vocábulos neutros foram absorvidos pelo gênero masculino:

 

Em latim vulgar, variante latina que deu origem às línguas românicas, existiam apenas três declinações- a 1ª, de tema em “A”; a 2ª, de tema em “U”, e a terceira, de tema “e”. De todas essas, apenas a 2ª e a 3ª tinham palavras neutras.

 

Na segunda declinação, os masculinos e pouquíssimos femininos faziam o nominativo em “us”, ao passo que os neutros, com “exceções negligenciáveis” tinham esse caso em “um”.  No acusativo singular, de onde provieram os substantivos e adjetivos das línguas românicas, ambos convergiram para “um” e, depois, devido a questões fonológicas, para o tema “U”, dado que o “m” final foi suprimido no latim vulgar. Em consequência disso, de acordo com Illari (2002), os neutros foram absorvidos pelo masculino. Assim, por exemplo, a palavra neutra uinum é encontrada nas línguas românicas como masculina: vinho, vino, vin.

 

No tocante aos neutros da terceira declinação, verifica-se que esses passaram a ter o acusativo em “m”, como o masculino e feminino. Mas também tenderam para o masculino, embora algumas expressões tenham assumido o feminino.

 

Assim, a absorção do gênero neutro pelo masculino se deu não só pela frágil segmentação semântica dos gêneros, mas pela identificação morfológica entre o neutro e o masculino: muitos escritores se equivocavam, flexionando uma palavra no gênero masculino quando deveriam lançar mão do neutro. Logo,  em todos os textos literários dos séculos VII e VIII, a maior parte dos neutros aparece na forma masculina. Em Plauto, aparecem como masculinos os neutros papaver, guttur, e dorsos; em Varrão, murmur; em Lucrécio, caelus; em Petrônio, balneus, fatus, vasus, vinus. Nas inscrições, consoante Coutinho (1978), os casos são bem mais numerosos.

 

Poucos não são os vestígios, em nossa língua, das formas neutras. No entanto, conquanto a segmentação semântica dos gêneros tenha se extinguido em latim vulgar, ainda aí é perceptível, com a absorção do neutro pelo masculino, a capacidade semântica deste último em apresentar uma neutralidade, uma genericidade, o que se vê até hoje:

 

O vir sancte  mihique (ut Deus videt animam meam) veraci corde dilecte, hoc ipsum quod posuisti in litteris tuis, quod te mihi exhibuisse non dubito, hoc ipsum omnino Paulum apostolum credo exhibuisse in litteris suis, non uni cuilibet homini, sed Iudaeis, et Graecis, et omnibus Gentibus  filiis suis, quos in evangelio genuerat, et quos pariendos parturiebat, et deinde posterorum tot milibus fidelium Christianorum, propter quos illa memoriae mandabatur epistula, ut nihil in sua mente retineret, quod distaret a labiis.

 

(…) o apóstolo Paulo demonstrou em suas cartas — não a um único homem, seja quem for, mas aos judeus, aos gregos, a todos os gentios (…) e finalmente aos tantos milhares de cristãos fiéis que vieram depois dele (…)

                                                                                                                                                                                                                                                                      (GUARNIERI, 2016, p.365 e 385)

 

Porém, também é cabível salientar que, já no latim clássico, o próprio masculino tendia a uma semântica neutra, o que pode ter-se dado em decorrência da semelhança formal entre o neutro e o masculino. Assim, plurais de classes, generalizações, bem como títulos, eram colocados no masculino plural:

 

Humiles[1] laborant ubi potentes dissidente.

Os humildes sofrem quando os poderosos dissidem.

Quicumque[2] innotuit semel fraude amittit fidem

Quem quer que se tornou conhecido uma vez por uma mentira torpe perde o crédito.

 

Em relação às palavras substantivas, Coutinho (1976) nos mostra resquícios da forma neutra nas substantivações, nos pronomes tudo, isso, aquilo, o, algo. Segundo o autor, era comum, no latim clássico, assumirem os qualitativos a desinência neutra quanto substantivados: pulcrum (o belo), justum (o justo). Tais adjetivos substantivados são remanescentes, em português, do neutro latino. É notório, portanto, que a consciência da genericidade do neutro se estendeu ao masculino.

 

No latim vulgar, tornou-se frequente o uso dos demonstrativos neutros “illud” e “ipsum”, os quais começaram a funcionar como os artigos, para substantivar uma palavra que estivesse fazendo referência a uma classe. Dessa forma, podemos destacar que o “illud”, o qual se tornou o nosso artigo definido, preencheu-se, em português, de uma significação genérica, que possibilitou o artigo masculino “o” a assumir um significado neutro.

 

Diante das informações analisadas, podemos compreender o porquê de alguns substantivos designativos adotarem, no português, o masculino ao se referirem a uma classe. Assim temos: tios, médicos, professores, sogros, no masculino plural, fazendo referência a tio e tia, médico e médica, sogro e sogra.

 

No tocante à concordância dos adjetivos, observamos que, em português, quando esses se referem a mais de uma palavra substantiva cujos gêneros sejam distintos, é comum a palavra adjetivadora adotar a forma masculina.  Diante disso, uma questão crucial sobre tal concordância nos intriga: por que o adjetivo não assumiu a forma feminina como genérica?

 

Além do que já explicitamos sobre o neutro e o masculino, devemos destacar a divisão dos adjetivos para que possamos responder à pergunta acima. Dessa forma, cabe dizer que, no latim clássico, havia duas classes de adjetivos, que se distinguiam conforme a declinação que seguiam. Na primeira classe, os masculinos e os neutros seguiam e segunda declinação e os femininos obedeciam à primeira.

 

Tal segmentação se dava pelo fato de a primeira declinação conter palavras femininas, pouquíssimas masculinas e nenhuma neutra e de a segunda abranger palavras masculinas e neutras. Assim, tínhamos altus, altum e alta, apresentados, respectivamente no masculino, no neutro e no feminino.

 

Percebamos que, como na primeira declinação não há palavras de gênero neutro, os adjetivos em “a” correspondem apenas ao gênero feminino. Dessa maneira, diante da queda do neutro, à primeira declinação não foi legada, por ausência de vocábulos neutros nessa, a absorção da neutralidade ao morfema “a”. Assim, é cabível salientar que talvez, por esse motivo, o feminino não tenha conseguido abranger a genericidade observada no masculino.

 

Com a queda do neutro, os adjetivos desse gênero passaram a se flexionar no masculino, uma vez que a segunda declinação, de tema “u”, era composta por palavras masculinas e neutras. Dessa forma, as três formas se reduziram a duas, com o masculino – e não com o feminino – absorvendo a função neutra:

 

Altus/alta (alto)

Macrus/macra (magro)

 

A esta altura o leitor deve estar nos questionando: “Quer dizer que a adoção da forma masculina para designações gerais (masculino + feminino) é um fenômeno que não guarda qualquer relação com as condições subalternas inegavelmente impostas às mulheres ao longo da história?”.

 

A resposta ao querido leitor é: em parte, sim!

 

Temos demonstrado até aqui que a absorção do neutro latino pelo masculino tem fundamentos morfofonéticos (a proximidade formal entre o masculino e o neutro).

 

Além disso, é nosso dever salientar a confusão que se estabelece entre gênero linguístico e sexo/gênero/orientação sexual[3]

 

Camara Jr. (1973, p. 78) esclarece que “na realidade, o gênero é uma distribuição em classes mórficas para os nomes, da mesma sorte que o são as conjugações para os verbos”. O autor diz, ainda, que a flexão de gênero é exposta de uma maneira incoerente e confusa nas gramáticas tradicionais do português em razão de uma incompreensão de sua natureza e pelo costume de associá-la intimamente ao sexo dos seres. Parece-nos que essa “maneira incoerente e confusa” trouxe frutos e, hoje, é largamente difundida, de tal sorte que se fazem frequentemente associações equivocadas entre o gênero gramatical e conceitos associados a sexo/gênero/orientação sexual.

 

Sim, é certo que, na Língua Portuguesa, é expressiva a presença de palavras femininas que têm como significado seres do sexo feminino! Assim como é expressiva a existência de palavras masculinas que têm como significado seres do sexo masculino!!! Não há como negar isso e nem de longe esse é o nosso objetivo! Porém não podemos tomar essa expressividade como regra, uma vez que não faltam exemplos de palavras femininas que não designam seres femininos (árvore, gente, casa, pessoa, criatura, criança, parede, cadeira, cruz…) e de palavras masculinas que não designam seres masculinos (indivíduo, corpo, garfo, pé, dente, amor…).

 

Assim, para clareza terminológica e conceitual, entenderemos, de acordo com Ferreira (2010, p. 1.927), que sexo diz respeito à “conformação particular que distingue o macho da fêmea, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração e conferindo-lhes certas características distintivas”. Gênero gramatical, por sua vez, situa-se no campo da estruturação que dispõe os nomes de determinada língua em classes (masculino, feminino e neutro), de acordo com a referência pronominal (o amor/ele, a cadeira/ela), a concordância com os modificadores (amor/novo, cadeira/nova) e a presença de determinados elementos composicionais, tais como desinências e afixos (leitor/leitora, imperador/imperatriz).

 

Ainda com o objetivo de desfazer confusões frequentes, cabe destacar que, mesmo que a terminação “a” seja um elemento marcador do gênero feminino e a vogal “o” seja marcadora do gênero masculino (menina / menino, gata /gato), o simples fato de uma palavra terminar em “a” não faz dela uma palavra do gênero gramatical feminino (nem tampouco seu significado aponta para o sexo/gênero/orientação sexual feminino). Não nos faltam exemplos de palavras que terminam em “a” e não são gramaticalmente masculinas (problema / esquema/ motorista / gorila). O mesmo ocorre com palavras terminadas em “o” que não são gramaticalmente masculinas (foto / tribo / moto). Assim, reduzir femininos a terminações “a” e masculinos a terminações “o” (e também os supostos novos neutros a “e”) é desconsiderar a pluralidade morfológica do idioma. Só para citar alguns exemplos, apresentamos a seguir pares que, embora tenham a mesma terminação, não pertencem ao mesmo gênero gramatical: o amor/ a dor ; o giz / a voz; o leite / a parede.

 

Sob uma outra – e necessária – perspectiva, é certo que, como nos ensinou Bakhtin, “o mundo dos signos é uma arena onde são travadas as mesmas batalhas encontradas no mundo dos homens” (1979, 175), de tal modo que não se pode ignorar que os jogos de forças presentes na sociedade se imprimem na também na linguagem.

 

Portanto, inscrevem-se, inegavelmente, no idioma marcas da cultura! As pesquisas de viés discursivo são muito produtivas na promoção de discussões acerca de ocorrências que materializam na língua opressões históricas.

 

Apenas para ilustrar esse fenômeno, temos a expressão “cabelo ruim”, por tantos anos internalizada e externalizada pelos falantes de português no Brasil, na qual o adjetivo “ruim” em lugar de “crespo”, por exemplo, indica uma visão de mundo e um acervo cultural carregados de estereótipos, clichês e preconceitos. Na ordem morfológica, que é a seara em que se situa este artigo, o fenômeno também ocorre, como se pode ver no par “governanta X governante”, em que se transgride o caráter comum de dois gêneros do sufixo “-nte” para a marcação de um espaço de governo feminino restrito à esfera privada e doméstica (para ver mais sobre o tema acesse (https://www.linguaminha.com.br/artigos/e-a-presidenta/).

 

Parece-nos, pois, muito claro que uma língua não é organismo isento e tampouco alheio à cultura. O que se produz na língua, afinal, é a materialização de uma realidade extralinguística que precisa ser comunicada!

 

Nesse sentido, consideramos a legitimidade das lutas – e das estratégias de luta – para a afirmação e para o reconhecimento de grupos historicamente oprimidos. Cumpre-nos, no entanto, esclarecer que se, por um lado, tal luta se legitima por questões sócio-históricas e se inscreve nos discursos (e na língua em que os discursos se materializam), por outro lado, a afirmação de que a língua seria sexista por seu aspecto binário na designação de gêneros é fruto de desconhecimento do idioma, tal como o é a associação de qualquer terminação “a” a indicações de feminino e/ou de qualquer terminação “o” a designações de masculino.

 

Do mesmo modo, afirmar que há machismo no uso do masculino para as designações de “masculino + feminino”[4] é prática que se fundamenta na ignorância (falta de ciência) acerca do papel assumido historicamente (e por razões formais) pelo masculino.

 

Em outras palavras, e de forma muito sintética, o que pretendemos expor aqui é que, se uma pessoa quiser usar “todos, todas, todes e todxs” para supostamente dar conta de todas as plurais possibilidades e realidades que podem envolver as questões de sexo/gênero/orientação sexual, essa é uma postura determinada por razões ideológicas e não por limitações idiomáticas, uma vez que a designação “todos” é, em português, forma suficiente para a indicação do neutro genérico!

 

 

Professora Doutora Patrícia Corado

Professora Mestra Érica Portas do Nascimento

 

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[1] Humiles está no masculino plural, é a declinação do adjetivo humilis, cujo neutro singular é humile.

[2] Masculino singular, com correspondente neutro quodcumque.

[3] Embora reconheçamos a pertinência do tema, não é objetivo deste artigo a discussão entre os diferentes conceitos de sexo biológico, gênero social, orientação sexual e afins.

[4] Usamos aqui “masculino + feminino” porque, como já explicado, não estamos fazendo referência ao gênero social. Nossa referência aqui é ao gênero linguístico, que, como demonstramos, não guarda relação linear com o gênero social.

 

Referências bibliográficas:

BAKHTIN, M (V. Voloshinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. (Trad. M. Lahud e Y. E. Vieira), São Paulo: Hucitec, 1979.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1973.

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. 7. ed., Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976.

GUARNIERI, Felipe de Medeiros. A correspondência entre São Jerônimo e Santo Agostinho: tradução e estudo (edição bilíngue). Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, p.365-385. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8. ed. Curitiba: Positivo, 2010.

ILARI, Rodolfo. Linguística românica. 3.ed., São Paulo: Editora Ática, 2002.

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8 Comentários
  • Rogerio+Carneiro+Campello
    Postado 19:19h, 02 abril Responder

    Professora, faltou só uma coisa: citar a bibliografia. Quais são as obras em Coutinho (1978), Illari (2002), Guarnieri (2013), Câmara Jr. (1973), Ferreira (2010) e Bakhtin (1979). Fora isso, parabéns pelo artigo, que trata da língua com profundidade, sem simplificações baratas.

  • Lucíola
    Postado 20:00h, 01 junho Responder

    Perfeita explanação sobre esse tema. Chega a ser ofensivo e irritante lermos, ouvirmos e vermos tanta imposição desnecessária de “afirmação ideológica” de pessoas e grupos que abusam do vitimismo. Parabéns pela clareza, tecnicidade linguística e lucidez social.

  • Antônio Gonçalves Filho
    Postado 03:01h, 09 junho Responder

    Minha querida magistra . Estou estudando latim e deparei com esta esclarecedora lição sobre o gênero linguístico das palavras e sua evolução . Mais um a vez , fico muito agradecido.
    Seu querido aluno,
    Antônio

  • Kelvin
    Postado 21:41h, 31 outubro Responder

    O texto nos informa que “a adoção da forma masculina para designações gerais tem, em partes, relação com as condições subalternas inegavelmente impostas às mulheres ao longo da história”.
    Então eu pergunto: a línguagem, atualmente, carrega em sua história traços machistas? Por que algumas palavras no masculino, por exemplo, presidente, não causa estranhamento como acontece com palavras no feminino, por exemplo, presidenta?
    Na frase: “O homem e a mulher são formados pela cultura”, o predicado deve flexionar-se em um ou outro gênero, porém o que vemos na prática é a escolha do masculino. Por que não “O homem e a mulher são formadas pela cultura”? (Ribeiro, Guilherme, 2015)

    Eu não sou especialista no assunto. Nem de longe quero desconsiderar os estudos à cerca do tema. Apenas quero trazer destaque para alguns detalhes que, do meu ponto de vista, apontam para um lado machista na formação da linguagem.

  • Kelvin
    Postado 21:43h, 31 outubro Responder

    O texto nos informa que “a adoção da forma masculina para designações gerais tem, em partes, relação com as condições subalternas inegavelmente impostas às mulheres ao longo da história”.
    Então eu pergunto: a linguagem, atualmente, carrega em sua história traços machistas? Por que algumas palavras no masculino, por exemplo, presidente, não causa estranhamento como acontece com palavras no feminino, por exemplo, presidenta?
    Na frase: “O homem e a mulher são formados pela cultura”, o predicado deve flexionar-se em um ou outro gênero, porém o que vemos na prática é a escolha do masculino. Por que não “O homem e a mulher são formadas pela cultura”? (Ribeiro, Guilherme, 2015)

    Eu não sou especialista no assunto. Nem de longe quero desconsiderar os estudos acerca do tema. Apenas quero trazer destaque para alguns detalhes que, do meu ponto de vista, apontam para um lado machista na formação da linguagem.

  • Salles Moreno
    Postado 11:28h, 16 maio Responder

    O gênero neutro designava “coisas”, em nenhum momento designou o feminino, logo, não existe fundamentação para a supressão do feminino pelo masculino, senão, ” as condições subalternas, inegavelmente, impostas às mulheres”.

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